No contexto escolar, torna-se imperativo que os profissionais estejam preparados para compreender a dependência digital e agir de forma eficaz. É necessário implementar estratégias planejadas que incentivem o retorno às interações sociais presenciais, promovendo o desenvolvimento de habilidades de relacionamento e comunicação que foram comprometidas pelo uso excessivo de dispositivos digitais.

A autonomia humana é construída através de experiências reais, discussões críticas e vivências que exigem o uso da razão e a tomada de decisões responsáveis. A dependência digital tem contribuído para a não formação dessa autonomia, resultando em uma geração que está desaprendendo a pensar criticamente, a tomar decisões justas e assertivas, e que aceita passivamente ideias impostas, demonstrando desatenção e desinteresse nas relações interpessoais.

Diante da restrição do uso de celulares no ambiente escolar, é essencial resgatar a comunicação face a face, incentivar interações saudáveis e orientar o uso consciente da tecnologia. Este movimento deve se estender às famílias, promovendo um retorno à convivência de qualidade e ao bem-estar coletivo. É fundamental que os pais estejam conscientes da necessidade de participar ativamente de ações também no ambiente familiar.

A saúde mental e emocional no ambiente escolar tem sido negligenciada por décadas, com investimentos ineficazes que não resultam em transformações significativas. Debater o tema sem implementar medidas concretas não é suficiente. Crianças e jovens precisam participar de programas de convivência, como os que oferecemos em nossa escola, pois possibilitam que essas medidas sejam efetivadas e compreendidas como fundamentais para o desenvolvimento saudável dos alunos em um contexto curricular.

O crescimento alarmante de problemas emocionais entre crianças e jovens reflete a falta de atenção ao desenvolvimento socioemocional. O desempenho acadêmico tem sido priorizado em detrimento da saúde mental na maioria das escolas, o que agrava os sintomas que afetam a aprendizagem.

Na Escola Internacional de Alphaville, assumimos a responsabilidade de adotar culturalmente programas de desenvolvimento da formação ética, moral e socioemocional. Essas iniciativas nos fortalecem e nos proporcionam a base necessária para implementar medidas restritivas de forma positiva, apresentando a proposta aos nossos alunos de maneira ética e moralmente fundamentada.

A recente publicação do livro “A Geração Ansiosa”, de Jonathan Haidt, renomado psicólogo social e especialista em psicologia da moralidade, nos proporcionou um embasamento científico ainda maior, através de estudos e pesquisas que comprovam os efeitos do uso precoce, inadvertido e sem propósito da tecnologia na humanidade. Nossos professores já estão imersos nesse universo, através de formações oferecidas pela escola, e agora se sentem ainda mais fortalecidos pelo contato com a referida obra.

Convido todos os pais a lerem “A Geração Ansiosa” para que, juntos, possamos colaborar com o conhecimento necessário para construir um mundo melhor, focado no que realmente importa para o crescimento e desenvolvimento mental e social de nossos alunos, seus filhos.